Descortinemo-nos para o dia irrompido
Com estrondos de mar e urbanos alaridos.
Que uma última nesga da noite não nos impila
A permanecer neste impasse, e sim nos impila,
Com o ardor com que notivagamos, antes
A um dia irradiante.
Subitamente acendendo-se de sua solidão abissal,
Desanuviando um mundo espectral,
Invita o sol a que como ele despertemos, enfim
Eu de mim, você de você, eu de você, você de mim.
Descortinemo-nos, pois, em disparada:
Que o dia já se alastra em revoada.
[Canto Nupcial - I]
Todo poema, por mais que se constele, quer ter charme de estrela isolada, mas nunca será auto-suficiente. Embora de cara nos ofusque com seu brilho, alguma estrela basta-se se brilha fora da gente?