sina

Ah, se eu antes soubera desta sina,
quando preparava estratégias,
que há abismo nestas linhas – suicidas! –
e que a mim não é dado saltar de pára-quedas,

o fascínio deste deparar com precipícios
talvez ficasse para trás, de uma vez,
pois quão temeroso seria o esforço do início
ou mesmo inoportuno o menor interesse.

Mas eis o momento de agora,
não me peçam que eu venha com estórias para ficar;
ele exige do poeta mais que um poema,
uma entrega total em seu precipitar;

quando a escrita é assim ditada pelo nosso íntimo,
ela imola o tempo em cena aberta;
aqui começa a arte, uma cortina se descerra,
e expira em verso o nosso destino.