a chuva – num rompante rumoroso –
ameaçou alagar o mundo por inteiro
com o seu intempestivo e escandaloso choro
mas de súbito despontou, acrobático e belo,
o sol – solícito, arfante, malicioso –
estendendo-lhe o seu lenço amarelo
a manhã a tudo aproveitou na espreita:
lavou e enxaguou todo o seu enxoval azul
e o pôs a quarar sobre os restos de verde do planeta
(a Liudmila R.)